Quantas vezes pensamos: Ah, se eu pudesse começar de novo, faria tudo diferente...
Começar de novo não é necessariamente começar novo.
Quando a vida lhe der uma oportunidade de recomeçar, pense novo.
Às vezes, essas oportunidades chegam em forma de rupturas, mudanças dramáticas, perdas, rejeição, doenças.
Às vezes, a chance se esconde no fim das grandes crises, das guinadas da sorte, das puxadas de tapete.
Às vezes, só criamos coragem depois que perdemos o rumo, o chão.
Na maior parte das vezes, só enxergamos com clareza quando estamos de fora.
Começar novo não é reiniciar, é inventar outro padrão.
É preciso reconhecer os erros, os nossos e os alheios, as fraquezas, os excessos, os entraves.
Começar novo é permitir-se inclusive novos enganos, erros, fragilidades mas não os mesmos.
Só quem já apanhou da vida é capaz dessa façanha: passar os planos a limpo, faxinar os porões do coração,
despedir-se daquelas dores crônicas, libertar-se do passado.
Quando os velhos modelos falem, os antigos códigos não dizem mais nada, o futuro imaginado desaparece e até os sonhos murcham mas a despeito de tudo você percebe saídas, diagnostica a crise, identifica as fragilidades
e não se dá por vencido, nesse momento você está engendrando o novo.
Não uma retomada mas uma nova história.
Só quem viveu bem suas perdas e enganos pode começar novo.
Só quem conhece o peso do fracasso, da solidão e da esperança perdida pode trocar de pele, escolhas, script.
Como disse o filósofo: “O que não me mata, me fortalece”.
Alguns caminhos, erros e ideais só se percorre, comete e persegue uma vez.
Muitos deles têm prazo de validade.
Nossas escolhas, certezas e sonhos não são estáticos nem imexíveis;
muitas vezes são eles que se mudam de nós, desistem de nós.
Insistir é burrice, é prolongar o desgaste.
Quando a vida lhe der uma oportunidade de recomeçar, seja generoso, diga sim, surpreenda-se e experimente
ser a pessoa que você se tornou depois que enfrentou suas noites traiçoeiras,
chorou suas perdas, atravessou seus desertos, matou seus leões.
Pense nisso...
Muita paz!
Nenhum comentário: